A União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) decidiu retirar o hipismo do esporte em suas disputas após os Jogos Olímpicos Paris 2024. A mudança foi sugerida pela Comissão de Inovação da UIPM e foi anunciada nesta quinta-feira, 4, pela entidade que rege a modalidade olímpica que também reúne a natação, a esgrima e o laser-run (tiro a laser e corrida).
A decisão da UIPM é para que o hipismo seja substituído por uma modalidade que, dentre outros, aprimore a popularidade e credibilidade do Pentatlo Moderno. O processo de escolha da nova prova envolverá um grupo de estudo, que será formado por seis pessoas, dentre elas os pentatletas inglês James Cooke e italiano Riccardo De Luca.
“Uma nova disciplina dará um novo ímpeto ao nosso esporte e fortalecerá a posição do Pentatlo Moderno dentro do movimento olímpico. O Pentatlo Moderno permanecerá um esporte de cinco disciplinas e continuará a fornecer o exame moral e físico final de um atleta, como Coubertin imaginou”, destaca o presidente da UIPM, o alemão Klaus Schormann.
Para a escolha da nova modalidade, alguns critérios deverão ser levados em conta; são eles:
. Acompanhar a narrativa de Barão Pierre de Coubertin (idealizador do Pentatlo Moderno) do atleta mais completo
. Não cair sob a governança de outra federação internacional reconhecida pelo COI
. Permitir acessibilidade global e universalidade
. Ser atraente e relevante para a juventude global e as gerações futuras
. Prover igualdade de gênero e justiça
. Atender aos requisitos de sustentabilidade e legado da Agenda Olímpica 2020 + 5 do COI
. Ser empolgante e de fácil compreensão para o público de TV/digital e todos os fãs de esportes
. Ser de baixo custo para atletas e organizadores (custos de equipamento mais baixos e menos oficiais)
. Resultar em taxas mínimas de lesões e ser fácil de aprender e treinar com base nas habilidades existentes dos atletas
. Não causar complicações de transporte e logísticas
. Ajustar-se dentro do novo Estádio de Pentatlo e configurações urbanas
. Ser compatível com o novo formato do Pentatlo Moderno de 90 minutos
. Ser compatível com o início de ‘handicap’ atual e o conceito de evento contínuo
“Em todas as nossas comunicações com as várias partes interessadas, todos concordamos que precisamos manter nosso esporte no nível mais alto possível, projetado para testar as qualidades físicas e mentais do atleta completo”, acrescenta Schormann.
História de inovações
Em mais de 100 anos de Jogos Olímpicos, o Pentatlo Moderno acumula uma série de inovações que tem deixado a modalidade ainda mais dinâmica, mantendo o que propôs o seu fundador. Ao imaginar a modalidade, o Barão Pierre de Coubertin pensou no atleta mais completo, que atualmente se revela ao nadar, esgrimir, cavalgar, atirar e correr.
Da estreia nas Olimpíadas, em Estocolmo 1912, o Pentatlo Moderno chegará a Los Angeles 2028 com uma nova modalidade completando seu programa. Mas antes, em Paris 2024 já apresentará uma outra novidade ao mundo, com as cinco disputas finais do esporte acontecendo em apenas 1h30. Atualmente, a realização das provas chega a passar das 4 horas.
Em Tóquio 2020, há cinco meses, a modalidade fez a estreia do aguardado Estádio de Pentatlo Moderno, com as cinco provas do esporte acontecendo em uma única arena. A inovação veio para ficar e está confirmada em Paris 2024.
Em Rio 2016, o Pentatlo Moderno já havia apresentado ao mundo olímpico a esgrima bônus, prova mais rápida da luta com a espada, que acontece no último dia de disputa de cada evento.
Em Londres 2012, foi a vez da estreia do laser-run nos Jogos. Até então, as provas de tiro e corrida aconteciam separadamente, sem um formato de evento combinado.
Antes disso, veio a substituição do chumbinho na prova de tiro, para a pistola de ar comprimido, seguida do laser. Isso sem falar na inclusão da prova feminina nos Jogos a partir de Sidney 2000.
“Muitas vezes, nas últimas décadas, nosso esporte evoluiu para atender às novas expectativas do mundo moderno. Esta evolução criou mais apelo para jovens atletas e famílias, mais valor para os espectadores e audiências de TV/digital, um impacto ambiental reduzido e 100% de igualdade de gênero desde os Jogos Olímpicos Sydney 2000”, reforça o presidente da UIPM.