Como pequenas e médias construtoras podem superar os desafios da implementação do BIM e melhorar seus projetos

Prospyre Batari Frash
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Paulo Twiaschor mostra como construtoras de menor porte podem vencer os obstáculos do BIM e otimizar a qualidade dos projetos.

A adoção do Building Information Modeling (BIM) ainda enfrenta grandes barreiras entre empresas de menor porte no setor da construção civil. Conforme explica Paulo Twiaschor, embora o BIM ofereça inúmeros benefícios, como redução de erros, maior controle de custos e melhoria na comunicação entre equipes, sua aplicação prática em pequenas e médias construtoras ainda é limitada por diversos fatores técnicos e econômicos.

O BIM transforma a forma como projetos são concebidos, executados e gerenciados, integrando informações em todas as fases da obra. No entanto, essa transição exige mudanças estruturais e culturais profundas. A seguir, discutiremos os principais desafios enfrentados por empresas de menor porte ao tentar adotar essa metodologia, abordando aspectos financeiros, humanos e tecnológicos que dificultam a implementação do BIM no mercado brasileiro.

Quais barreiras financeiras dificultam a adoção do BIM?

A limitação de recursos financeiros é, sem dúvida, um dos principais entraves para a implementação do BIM em pequenas e médias construtoras. Isso se deve ao custo elevado dos softwares de modelagem, licenças, treinamentos e atualizações constantes. Além disso, muitas dessas empresas operam com margens apertadas, o que dificulta o investimento inicial necessário para incorporar uma nova metodologia ao seu processo de produção.

Paulo Twiaschor revela estratégias práticas para que pequenas e médias construtoras adotem o BIM com eficiência e resultados reais.
Paulo Twiaschor revela estratégias práticas para que pequenas e médias construtoras adotem o BIM com eficiência e resultados reais.

Outro aspecto relevante é a percepção de retorno sobre o investimento. Construtoras menores tendem a buscar soluções de curto prazo e, como apontado por Paulo Twiaschor, muitas ainda não percebem os ganhos de longo prazo proporcionados pelo BIM. A ausência de incentivos governamentais ou de linhas de crédito específicas para a digitalização do setor também agrava esse cenário, limitando o alcance da inovação às grandes corporações.

A falta de capacitação também é um obstáculo?

Sim, a carência de profissionais capacitados é um desafio expressivo. Apesar da crescente presença do BIM em cursos de engenharia e arquitetura, ainda há um déficit significativo de profissionais qualificados nas regiões onde predominam as pequenas e médias construtoras. De acordo com Paulo Twiaschor, muitas dessas empresas têm equipes reduzidas e com múltiplas funções, o que dificulta a especialização necessária para operar ferramentas complexas como o BIM.

Além disso, mesmo quando há interesse por parte da equipe, os treinamentos exigem tempo e dedicação que muitas vezes não estão disponíveis na rotina intensa dos canteiros de obras. A falta de cultura digital também contribui para a resistência interna à adoção do BIM. Muitos colaboradores ainda veem essa tecnologia como uma complicação a mais, e não como uma ferramenta de otimização.

O que limita a infraestrutura tecnológica dessas empresas?

Outro fator crítico é a infraestrutura tecnológica insuficiente. Pequenas e médias construtoras muitas vezes não dispõem de computadores com capacidade gráfica adequada, servidores de dados seguros ou redes de internet estável para operar as plataformas BIM com eficiência. Isso compromete a produtividade e dificulta a integração entre os setores da empresa durante a execução de um projeto BIM.

Além disso, a interoperabilidade entre diferentes sistemas também representa um desafio. É comum que construtoras e escritórios de projeto trabalhem com softwares distintos, o que dificulta a troca de informações e exige compatibilização constante. Paulo Twiaschor ressalta que a adoção plena do BIM requer uma padronização nos processos e ferramentas utilizadas, algo que nem sempre está ao alcance das empresas de menor porte.

A implementação do BIM em pequenas e médias construtoras é um caminho promissor, mas repleto de obstáculos estruturais, financeiros e culturais. Conforme discutido ao longo deste artigo, fatores como o custo elevado, a falta de profissionais capacitados e a infraestrutura tecnológica limitada são os principais desafios enfrentados por empresas desse porte. Ainda assim, é possível superá-los com planejamento, parcerias estratégicas e capacitação contínua.

Segundo Paulo Twiaschor, o futuro da construção civil passa inevitavelmente pela digitalização, e as empresas que se adaptarem mais cedo estarão melhor posicionadas para competir no mercado. A disseminação do conhecimento sobre BIM, o acesso a soluções mais acessíveis e o apoio institucional serão fundamentais para democratizar essa tecnologia e torná-la uma realidade para todos os segmentos do setor.

Autor:  Prospyre Batari Frash

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