A Federação Equestre Internacional (FEI), responsável pelas competições de hipismo nas Olimpíadas de Paris 2024, está investigando imagens que mostram cavalos com a língua azulada durante eventos de adestramento. A coloração anormal é atribuída à falta de oxigênio, possivelmente causada pela tensão excessiva das rédeas, conforme relatado pelo veterinário-chefe da FEI, Goran Akerstrom.
O bem-estar dos cavalos tem sido uma preocupação crescente nos Jogos Olímpicos, especialmente após um incidente envolvendo a cavaleira britânica Charlotte Dujardin. Dujardin, uma das principais figuras do esporte, foi suspensa provisoriamente após ser flagrada chicoteando um cavalo durante o treinamento, o que gerou debates éticos sobre as práticas no hipismo.
As imagens que levantaram preocupações foram capturadas por um fotógrafo da FEI durante o Grand Prix de adestramento. Akerstrom explicou que o uso de freios duplos, obrigatórios em competições de alto nível, pode ter contribuído para a restrição de oxigênio, causando dor ou desconforto aos animais.
Grupos de defesa dos direitos dos animais, como a PETA, criticaram o uso de freios duplos, argumentando que eles são desnecessários e prejudiciais. Apesar das críticas, a FEI não tomou medidas disciplinares imediatas, mas convocou os cavaleiros para discutir o problema.
A FEI, com sede na Suíça, reafirmou seu compromisso com o bem-estar animal, prometendo rigor na fiscalização durante as competições em Versalhes. Pela primeira vez, a revisão fotográfica incluiu verificações especiais para garantir a saúde dos cavalos.
Além do caso de Dujardin, a FEI já havia sancionado o cavaleiro brasileiro Carlos Parro por práticas controversas e desqualificado cavalos com pequenos sangramentos. Essas ações refletem a postura mais rígida da federação em relação ao tratamento dos animais.
O incidente em Paris destaca a necessidade de um equilíbrio entre a tradição do esporte e as preocupações modernas com o bem-estar animal. A FEI continua a monitorar de perto as competições, buscando garantir que os cavalos sejam tratados com o respeito e cuidado que merecem.
A situação em Paris 2024 serve como um lembrete da importância de práticas éticas no esporte, enquanto a comunidade equestre global observa atentamente os desdobramentos e as medidas adotadas pela FEI.